terça-feira, 6 de agosto de 2013

Curso de Compostagem Caseira
Brasilia/DF e entorno

Podemos transformar resíduos orgânicos como restos de alimentos, folhas e cascas em adubo que pode ser utilizado em jardins e hortas.
Faça o curso de Compostagem, cujo objetivo é ensinar os processos envolvidos na degradação biológica, possibilita ao participante dimensionar, escalonar e tratar o resíduo orgânico doméstico de forma ambientalmente viável e limpa.
Neste curso, você vai conhecer o funcionamento de uma composteira de resíduo orgânico proveniente do lixo domestico, com o método simples e eficiente.
Entre as vantagens da compostagem está a redução do volume de lixo enviado aos aterros sanitários e a produção caseira de adubo.
Além das noções teóricas, os participantes também puderam conferir a prática de preparo e beneficiamento de composto.
O curso possui tres horas de duração e é direcionado para qualquer pessoa interessada, independente da idade e do nível de instrução, e compreende: 
1-    Introdução
2-    A importância da reciclagem
3-    Como separar adequadamente seu lixo;
4-    O que é lixo orgânico
5-     Qual tipo de lixo orgânico a ser usado na composteira
6-    Condições necessárias para a prática da compostagem
7-    Tipos alternativos de composteira
8-    Verificação dos equipamentos necessários
9-    Verificação do material disponível
10- Identificação dos tipos de materiais
11- Procedimentos operacionais
12- Identificação dos materiais de enriquecimento do composto
13- Monitoramento do processo
14- Identificação e solução de problemas
15- Características do composto pronto

1       COMPOSTAGEM

Conforme a Norma Brasileira- NBR 13591 (ABNT, 1996), a compostagem corresponde ao processo de decomposição biológica da fração orgânica biodegradável dos resíduos, efetuado por uma população diversificada de organismos em condições controladas de aerobiose e demais parâmetros desenvolvidos em duas etapas distintas: uma de degradação e outra de maturação.
Os principais fatores que influem no processo de compostagem - microrganismo, umidade e aeração, relação carbono e nitrogênio e a granulometria - são descritos por Kiehl (1998).

1.1         - Microrganismos: A natureza da comunidade microbiana depende das condições locais. Bactérias, fungos, actinomicetes, algas, protozoários, nematóides, vermes, insetos e suas larvas; agentes bioquímicos, enzimas, hormônios e vírus, participam da degradação da matéria orgânica e necessitam de macronutrientes, onde nitrogênio e carbono são consumidos em maior quantidade, e micronutrientes.

1.2         - Umidade e aeração: a presença de água é fundamental para as necessidades fisiológicas dos organismos, porém deve-se saber dosar a quantidade de água e de ar. se a umidade estiver alta, o material se mostrará encharcado. nesse caso a água ocupa espaço do ar e a decomposição será em parte anaeróbica, podendo produzir maus odores e maior produção de chorume.

1.3         - Relação C-N: O tempo de compostagem está condicionado também à relação carbono /nitrogênio e granulometria. A relação C/N inicial teoricamente mais favorável à compostagem é de 30/1. Quanto mais elevada a relação, maior será o tempo de humificação (transformação da matéria orgânica em húmus). A explicação é que durante a decomposição os microrganismos absorvem carbono e nitrogênio da matéria orgânica sempre nessa relação.

1.4         Granulometria: ou o tamanho das partículas, afeta o processo onde as partículas menores possuem maior superfície de ataque pelos microrganismos e mais rápida a decomposição da matéria orgânica.

Kiehl (1998) relata ainda que durante o processo de compostagem é possível observar três fases: uma primeira inicial e rápida de fitotoxicidade ou de composto cru ou imaturo, seguida de uma segunda fase de semi-cura ou bioestabilização, para atingir finalmente a terceira fase, a humificação, acompanhada da mineralização de determinados componentes da matéria orgânica.
Conforme a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2009), as principais vantagens de se fazer a compostagem é a diminuição do volume de resíduos encaminhado para os aterros sanitários; que a prática não requer grande conhecimento técnico ou equipamentos, todo o processo pode ser realizado manualmente e o produto, composto orgânico, auxilia na retenção de umidade e nutrientes, melhorando as características de solos e o desenvolvimento de plantas, reduzindo a utilização de fertilizantes químicos. Solos enriquecidos com o composto são menos afetados pela erosão.

2       COMPOSTO

O composto pronto é o material humificado, se apresenta com cor marrom escura, cheiro de bolor, homogêneo, sem restos vegetais. Em termos nutricionais, a qualidade do composto depende do material de origem. De uma forma geral, proporciona melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (KIEHL, 1998).


Oliveira (2004) ressalta que a aplicação de composto provoca a elevação dos teores de matéria orgânica, CTC, fósforo, potássio e cálcio, magnésio, pH e saturação por bases permite obter um elevado grau de fertilidade dos solos no sistema orgânico. O uso de fosfato de rocha, utilizado para enriquecimento do composto, conduz à obtenção de matéria orgânica com maiores teores de fósforo, cálcio e zinco.
O composto de lixo doméstico foi analisado por Santos (2006). É possível observar que os valores obtidos no Laudo do Laboratório de Análises de Solo da UFU mostram que o fertilizante orgânico obtido na compostagem é de boa qualidade, o que pode ser visto a Tabela 03 a seguir:
Tabela 3: Comparação entre dois compostos orgânicos.

VALORIZA (2006, p9)
Análise do composto Laboratório UFU
C/N
≤ 18/1
18/1
pH
≥ 6,0
7,2
Umidade
≤ 40%
30,79%
Matéria orgânica
≥ 30%
36,8%
NPK
≥ 6%
14,61%
Fonte: Santos e Fehr, (2008). Adaptado.

3       COMPOSTEIRAS

O formato mais usual de um processo de compostagem é a pilha ou leira, modelo utilizado nas usinas de compostagem e em propriedades rurais (KIEHL 1998). A compostagem residencial ou doméstica utiliza a composteira como recipiente de reciclagem dos resíduos orgânicos. É responsável por favorecer as condições ideais de umidade, aeração e barreira física contra animais domésticos. São fabricados ou construidos em plástico, metal, alvenaria e madeira, cada sistema possui um atrativo por parte do usuário que determina e escolha do modelo.


Deve ser prático, compacto, higiênico e de fácil manuseio (SANTOS E FEHR, 2008). É indicado para quintais, varandas de apartamentos ou mesmo garagens, pois ocupam uma superfície pequena quando comparadas à pilha de composto aberta.
 A composteira mais utilizada atualmente é uma caixa de madeira sem fundo nem tampa. A caixa neozelandesa (Figura 1), como é conhecida, tem um tamanho médio de 1 metro por 1 metro na base e também 1 metro de altura, permitindo a circulação de ar pelas laterais (JAHNEL, 1998). Devido a sua estrutura física, não são eficientes no quesito barreira contra animais domésticos.

caixa neozelandesa


Outras opções interessantes são as composteiras de cesto telado, que nada mais é do que um cilindro formado com tela plástica ou de galinheiro, as caixas plásticas empilhadas e os tambores adaptados.

 Caracterização dos resíduos orgânicos
Verdes
Castanhos
Cascas de Legumes, Hortaliças, frutas
Borras de café
Restos de pão
Cascas de ovos
Folhas e sacos de chá
Cereais
Restos de comida cozida
Esterco
Adubos verdes
Feno
Palha
Aparas de madeira e serragem
Ervas daninhas de jardins
Folhas de árvores
Pequenos galhos triturados
Cinzas de madeira
papel

Fonte: Kiehl (1985)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Situação do lixo organico no Brasil

No Brasil, do total de resíduos sólidos urbanos coletados, cerca de 60% é resíduo orgânico. Este resíduo pode ser tratado e reaproveitado. No ano de 1999, 1,5% do resíduo orgânico gerado no Brasil foi reciclado; já no ano de 2009, esse valor subiu para 4% .
Uma alternativa ao tratamento de resíduos sólidos orgânicos é a da compostagem, gerando composto orgânico, que pode ser utilizado como adubo natural. A compostagem é um processo que transforma diferentes tipos de resíduos orgânicos em adubo a partir da decomposição aeróbica realizada por microrganismos, com a finalidade de obter um material estável de interesse agrícola.
Não é uma técnica recente. Tem sido praticada pelos agricultores e jardineiros ao longo dos séculos. Matéria vegetal, estrume, restos de cozinha e outros tipos de resíduos orgânicos são amontoados em pilhas num local conveniente e deixados à decomposição e estabilização até estarem prontos para serem aplicados ao solo.
Em centros urbanos a compostagem pode ser estruturada em instalações centralizadas. mantidas pelo setor público e por empresas privadas, denominadas usinas de compostagem, ou em pequenas unidades de carácter familiar.Neste caso chama-se compostagem doméstica ou caseira.
A compostagem residencial retira a fração orgânica do tratamento convencional, desde o transporte até a deposição final e permite a reciclagem dos resíduos orgânicos na própria origem, utilizandose de técnicas e equipamentos simplificados, operados pelo próprio gerador.