Curso de Compostagem Caseira
Brasilia/DF e entorno
Podemos transformar resíduos orgânicos como
restos de alimentos, folhas e cascas em adubo que pode ser utilizado em jardins
e hortas.
Faça o curso de Compostagem, cujo objetivo é ensinar
os processos envolvidos na degradação biológica, possibilita ao participante
dimensionar, escalonar e tratar o resíduo orgânico doméstico de forma
ambientalmente viável e limpa.
Neste curso, você vai conhecer o funcionamento
de uma composteira de resíduo orgânico proveniente do lixo domestico, com o
método simples e eficiente.
Entre as vantagens da compostagem está a
redução do volume de lixo enviado aos aterros sanitários e a produção caseira
de adubo.
Além das noções
teóricas, os participantes também puderam conferir a prática de preparo e
beneficiamento de composto.
O curso possui tres horas de duração e é direcionado para qualquer pessoa
interessada, independente da idade e do nível de instrução, e compreende:
1- Introdução
2- A importância da reciclagem
3- Como separar adequadamente seu lixo;
4- O que é lixo orgânico
5- Qual
tipo de lixo orgânico a ser usado na composteira
6- Condições necessárias para a prática da
compostagem
7- Tipos alternativos de composteira
8- Verificação dos equipamentos necessários
9- Verificação do material disponível
10- Identificação dos tipos de materiais
11- Procedimentos operacionais
12- Identificação dos materiais de enriquecimento
do composto
13- Monitoramento do processo
14- Identificação e solução de problemas
15- Características do composto pronto
1
COMPOSTAGEM
Conforme a Norma Brasileira- NBR
13591 (ABNT, 1996), a compostagem corresponde ao processo de decomposição
biológica da fração orgânica biodegradável dos resíduos, efetuado por uma
população diversificada de organismos em condições controladas de aerobiose e
demais parâmetros desenvolvidos em duas etapas distintas: uma de degradação e
outra de maturação.
Os principais fatores que
influem no processo de compostagem - microrganismo, umidade e aeração, relação
carbono e nitrogênio e a granulometria - são descritos por Kiehl (1998).
1.1
- Microrganismos: A natureza da comunidade microbiana
depende das condições locais. Bactérias, fungos, actinomicetes, algas, protozoários,
nematóides, vermes, insetos e suas larvas; agentes bioquímicos, enzimas,
hormônios e vírus, participam da degradação da matéria orgânica e necessitam de
macronutrientes, onde nitrogênio e carbono são consumidos em maior quantidade,
e micronutrientes.
1.2
- Umidade e aeração: a presença de água é fundamental para as
necessidades fisiológicas dos organismos, porém deve-se saber dosar a
quantidade de água e de ar. se a umidade estiver alta, o material se mostrará
encharcado. nesse caso a água ocupa espaço do ar e a decomposição será em parte
anaeróbica, podendo produzir maus odores e maior produção de chorume.
1.3
- Relação C-N: O tempo de
compostagem está condicionado também à relação carbono /nitrogênio e
granulometria. A relação C/N inicial teoricamente mais favorável à compostagem
é de 30/1. Quanto mais elevada a relação, maior será o tempo de humificação (transformação
da matéria orgânica em húmus). A explicação é que durante a decomposição os
microrganismos absorvem carbono e nitrogênio da matéria orgânica sempre nessa
relação.
1.4
Granulometria: ou o tamanho das
partículas, afeta o processo onde as partículas menores possuem maior
superfície de ataque pelos microrganismos e mais rápida a decomposição da
matéria orgânica.
Kiehl (1998) relata ainda que
durante o processo de compostagem é possível observar três fases: uma primeira
inicial e rápida de fitotoxicidade ou de composto cru ou imaturo, seguida de
uma segunda fase de semi-cura ou bioestabilização, para atingir finalmente a
terceira fase, a humificação, acompanhada da mineralização de determinados
componentes da matéria orgânica.
Conforme a Fundação Nacional
de Saúde (FUNASA, 2009), as principais vantagens de se fazer a compostagem é a
diminuição do volume de resíduos encaminhado para os aterros sanitários; que a
prática não requer grande conhecimento técnico ou equipamentos, todo o processo
pode ser realizado manualmente e o produto, composto orgânico, auxilia na
retenção de umidade e nutrientes, melhorando as características de solos e o
desenvolvimento de plantas, reduzindo a utilização de fertilizantes químicos. Solos
enriquecidos com o composto são menos afetados pela erosão.
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COMPOSTO
O composto pronto é o material
humificado, se apresenta com cor marrom escura, cheiro de bolor, homogêneo, sem
restos vegetais. Em termos nutricionais, a qualidade do composto depende do
material de origem. De uma forma geral, proporciona melhorias nas propriedades
físicas, químicas e biológicas do solo (KIEHL, 1998).
Oliveira (2004) ressalta que a aplicação de
composto provoca a elevação dos teores de matéria orgânica, CTC, fósforo,
potássio e cálcio, magnésio, pH e saturação por bases permite obter um elevado
grau de fertilidade dos solos no sistema orgânico. O uso de fosfato de rocha,
utilizado para enriquecimento do composto, conduz à obtenção de matéria
orgânica com maiores teores de fósforo, cálcio e zinco.
O composto de lixo doméstico
foi analisado por Santos (2006). É possível observar que os valores obtidos no
Laudo do Laboratório de Análises de Solo da UFU mostram que o fertilizante
orgânico obtido na compostagem é de boa qualidade, o que pode ser visto a
Tabela 03 a seguir:
|
VALORIZA (2006, p9)
|
Análise do composto Laboratório UFU
|
C/N
|
≤ 18/1
|
18/1
|
pH
|
≥ 6,0
|
7,2
|
Umidade
|
≤ 40%
|
30,79%
|
Matéria orgânica
|
≥ 30%
|
36,8%
|
NPK
|
≥ 6%
|
14,61%
|
Fonte: Santos e Fehr, (2008). Adaptado.
3
COMPOSTEIRAS
O formato mais usual de um
processo de compostagem é a pilha ou leira, modelo utilizado nas usinas de
compostagem e em propriedades rurais (KIEHL 1998). A compostagem residencial ou
doméstica utiliza a composteira como recipiente de reciclagem dos resíduos
orgânicos. É responsável por favorecer as condições ideais de umidade, aeração
e barreira física contra animais domésticos. São fabricados ou construidos em
plástico, metal, alvenaria e madeira, cada sistema possui um atrativo por parte
do usuário que determina e escolha do modelo.
Deve ser prático, compacto,
higiênico e de fácil manuseio (SANTOS E FEHR, 2008). É indicado para quintais,
varandas de apartamentos ou mesmo garagens, pois ocupam uma superfície pequena quando
comparadas à pilha de composto aberta.
A composteira mais utilizada atualmente
é uma caixa de madeira sem fundo nem tampa. A caixa neozelandesa (Figura 1),
como é conhecida, tem um tamanho médio de 1 metro por 1 metro na base e também
1 metro de altura, permitindo a circulação de ar pelas laterais (JAHNEL, 1998).
Devido a sua estrutura física, não são eficientes no quesito barreira contra
animais domésticos.
caixa neozelandesa
Outras
opções interessantes são as composteiras de cesto telado, que nada mais é do
que um cilindro formado com tela plástica ou de galinheiro, as caixas plásticas
empilhadas e os tambores adaptados.
Caracterização dos resíduos orgânicos
Verdes
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Castanhos
|
Cascas de Legumes,
Hortaliças, frutas
Borras de café
Restos de pão
Cascas de ovos
Folhas e sacos de chá
Cereais
Restos de comida cozida
Esterco
Adubos verdes
|
Feno
Palha
Aparas de madeira e serragem
Ervas daninhas de jardins
Folhas de árvores
Pequenos galhos triturados
Cinzas de madeira
papel
|
Fonte: Kiehl (1985)